Crónicas desde Portugal
Iniciativas locais | Local activities | Iniziative locali | Atividades locais
Em janeiro de 2021 iniciamos mais um projeto Erasmus+ proposto pela associação Xandobela. Estava em causa capacitar profissionalmente grupos de adolescentes para a difusão do património cultural e as artes a partir de uma perspetiva criativa, social e educativa sustentada nos valores da igualdade de género; estabelecer relações recíprocas de boas práticas com outras entidades análogas na europa e, finalmente, criar e divulgar resultados e métodos para a difusão do património cultural europeu e as artes a partir da educação não-formal. Pareceu-nos imediatamente vantajoso, educativo e enriquecedor trabalhar com os jovens de Pitões das Júnias neste projeto. A região onde estamos inseridos é essencialmente patriarcal na aparência, mas se aprofundarmos, constatamos que na realidade ela é matriarcal, mesmo que este matriarcado não seja publicamente reconhecido.
A nossa primeira tarefa foi contatar e reunir os adolescentes de Pitões das Júnias para a apresentação do projeto e saber se havia interesse e disponibilidade para participarem.
A nossa primeira tarefa foi contatar e reunir os adolescentes de Pitões das Júnias para a apresentação do projeto e saber se havia interesse e disponibilidade para participarem.
O projeto foi muito bem recebido, tínhamos jovens entusiasmados. Eles e elas criaram imediatamente um grupo de trabalho. Trabalharam online durante a semana em época escolar, reunindo presencialmente aos fins-de-semana.
Enquanto formadoras iniciamos o nosso trabalho com uma investigação sobre possíveis musas no território português. Da nossa seleção constavam possíveis musas residentes deste concelho mas também do Porto e Lisboa. Fornecemos este levantamento aos jovens e, de imediato, eles/as fizeram a sua própria seleção. Após as reuniões levadas a cabo pelo grupo, eles tinham escolhido quatro musas e estavam num impasse na escolha da musa de Pitões das Júnias pois no seu entender pensavam que não só uma musa mas todas as mulheres. As mulheres da aldeia, sabem cantar, dançar, fiar, tecer, têm sabedoria no seu trabalho agropecuário, doméstico e muitos outros que poderíamos enumerar. A APDP voltou a reunir com os jovens e em conjunto decidimos que todas elas poderiam ser “A Musa” de Pitões das Júnias.
Das reuniões levadas a cabo pelos jovens, resultou uma planificação do trabalho que seria entrevistar as musas selecionadas que, no caso específico de Pitões das Júnias seriam cerca de vinte mulheres. Foi uma recolha de património cultural imaterial que vem desembocar nos princípios da nossa associação e desta selecionaram-se para o vídeo final do projeto Muses Erasmus cinco mulheres a saber: Gracinda Marinho, a Luísa Jorge, Ana Martins, Maria Morais e Teresa Reis. Todas as entrevistas realizadas são de extrema importância patrimonial e constam do material patrimonial recolhido pela APDP e herança de Pitões das Júnias. Quanto às restantes Musas a seleção passou pela escolha da Renata Siqueira Bueno, fotógrafa, Alcina Leite, artesã local, Maria Carvalho, ceramista e Carolina Garfo, ceramista. Foi também contada Ana Efe, escultora, no entanto, por incompatibilidade de trabalho e escola não foi possível concretizar.
Decidimos que antes de se fazerem as entrevistas deveríamos aprofundar os conceitos em questão no projeto. Reunimos os jovens para lhes dar ferramentas de pesquisa para trabalharem os conceitos de arte, estereótipo, género, igualdade, equidade e património cultural. Esta pesquisa originou uma recolha bibliográfica e também uma primeira entrevista a Miguel Guimarães que consideramos ser uma autoridade epistémica no que respeita à arte mundial e portuguesa, ao nível histórico ou contemporaneamente. Nesta entrevista os jovens já colocaram em prática algo da formação técnica fornecida pela APDP.
Enquanto formadoras iniciamos o nosso trabalho com uma investigação sobre possíveis musas no território português. Da nossa seleção constavam possíveis musas residentes deste concelho mas também do Porto e Lisboa. Fornecemos este levantamento aos jovens e, de imediato, eles/as fizeram a sua própria seleção. Após as reuniões levadas a cabo pelo grupo, eles tinham escolhido quatro musas e estavam num impasse na escolha da musa de Pitões das Júnias pois no seu entender pensavam que não só uma musa mas todas as mulheres. As mulheres da aldeia, sabem cantar, dançar, fiar, tecer, têm sabedoria no seu trabalho agropecuário, doméstico e muitos outros que poderíamos enumerar. A APDP voltou a reunir com os jovens e em conjunto decidimos que todas elas poderiam ser “A Musa” de Pitões das Júnias.
Das reuniões levadas a cabo pelos jovens, resultou uma planificação do trabalho que seria entrevistar as musas selecionadas que, no caso específico de Pitões das Júnias seriam cerca de vinte mulheres. Foi uma recolha de património cultural imaterial que vem desembocar nos princípios da nossa associação e desta selecionaram-se para o vídeo final do projeto Muses Erasmus cinco mulheres a saber: Gracinda Marinho, a Luísa Jorge, Ana Martins, Maria Morais e Teresa Reis. Todas as entrevistas realizadas são de extrema importância patrimonial e constam do material patrimonial recolhido pela APDP e herança de Pitões das Júnias. Quanto às restantes Musas a seleção passou pela escolha da Renata Siqueira Bueno, fotógrafa, Alcina Leite, artesã local, Maria Carvalho, ceramista e Carolina Garfo, ceramista. Foi também contada Ana Efe, escultora, no entanto, por incompatibilidade de trabalho e escola não foi possível concretizar.
Decidimos que antes de se fazerem as entrevistas deveríamos aprofundar os conceitos em questão no projeto. Reunimos os jovens para lhes dar ferramentas de pesquisa para trabalharem os conceitos de arte, estereótipo, género, igualdade, equidade e património cultural. Esta pesquisa originou uma recolha bibliográfica e também uma primeira entrevista a Miguel Guimarães que consideramos ser uma autoridade epistémica no que respeita à arte mundial e portuguesa, ao nível histórico ou contemporaneamente. Nesta entrevista os jovens já colocaram em prática algo da formação técnica fornecida pela APDP.
Formação técnica: formação em fotografia e vídeo
Uma das tarefas indispensáveis para cumprir o objetivo de capacitar profissionalmente jovens para a difusão do património cultural e para os capacitar na recolha de testemunhos orais e registo dos mesmos, é a formação em fotografia, registo e edição de vídeo.
Assim, foram realizadas três sessões de formação em vídeo-entrevista. A primeira constou nos princípios básicos de fotografia, onde o grupo de jovens aprendeu que é possível fazer um bom trabalho com o seu smartphone, pois o mesmo permite editar e realizar o trabalho pretendido. Aprenderam a montar uma cena, a posicionar a câmara perpendicular ao objeto, a não se aproximar demasiado, a gerir a deformação ótica, o diafragma e o tempo de exposição.
Também conheceram os elementos que podem ser inimigos, à primeira vista, à captura ou registo de imagem: iluminação, organização do espaço e a utilização de cores de forma equilibrada.
Nas sessões seguintes, o grupo aprendeu a utilizar o equipamento técnico e a configurar o Set da entrevista e a editar as vídeo-entrevistas. Uma boa qualidade áudio e um vídeo estável e fluido possível, são imprescindíveis para uma boa vídeo-entrevista. Além disso, aprenderam, passo por passo, como se constrói todo o processo: desde fixar o telemóvel no tripé de forma correta, posicionar o entrevistado da forma mais correta, até ao momento em que se conecta o cabo à entrada do telemóvel, momento este que é o ponto de partida para iniciar a entrevista.
Por último, adquiriram algum conhecimento em softwares de corte e edição de vídeos (Canva, You Cut e )Videopad.
Final de junho e até agosto os jovens entrevistaram as suas Musas. Durante este trabalho visitaram a Arte da Terra na aldeia de Paradela do Rio onde entrevistaram duas musas.
Todo o trabalho efetuado pelos jovens seria apresentado pela primeira vez durante o intercâmbio juvenil que viria a realizar-se no início de setembro na cidade de Mantova em Itália.
Uma das tarefas indispensáveis para cumprir o objetivo de capacitar profissionalmente jovens para a difusão do património cultural e para os capacitar na recolha de testemunhos orais e registo dos mesmos, é a formação em fotografia, registo e edição de vídeo.
Assim, foram realizadas três sessões de formação em vídeo-entrevista. A primeira constou nos princípios básicos de fotografia, onde o grupo de jovens aprendeu que é possível fazer um bom trabalho com o seu smartphone, pois o mesmo permite editar e realizar o trabalho pretendido. Aprenderam a montar uma cena, a posicionar a câmara perpendicular ao objeto, a não se aproximar demasiado, a gerir a deformação ótica, o diafragma e o tempo de exposição.
Também conheceram os elementos que podem ser inimigos, à primeira vista, à captura ou registo de imagem: iluminação, organização do espaço e a utilização de cores de forma equilibrada.
Nas sessões seguintes, o grupo aprendeu a utilizar o equipamento técnico e a configurar o Set da entrevista e a editar as vídeo-entrevistas. Uma boa qualidade áudio e um vídeo estável e fluido possível, são imprescindíveis para uma boa vídeo-entrevista. Além disso, aprenderam, passo por passo, como se constrói todo o processo: desde fixar o telemóvel no tripé de forma correta, posicionar o entrevistado da forma mais correta, até ao momento em que se conecta o cabo à entrada do telemóvel, momento este que é o ponto de partida para iniciar a entrevista.
Por último, adquiriram algum conhecimento em softwares de corte e edição de vídeos (Canva, You Cut e )Videopad.
Final de junho e até agosto os jovens entrevistaram as suas Musas. Durante este trabalho visitaram a Arte da Terra na aldeia de Paradela do Rio onde entrevistaram duas musas.
Todo o trabalho efetuado pelos jovens seria apresentado pela primeira vez durante o intercâmbio juvenil que viria a realizar-se no início de setembro na cidade de Mantova em Itália.
Um produto final: Video-entrevistas
Para satisfazer um dos objetivos do projeto (criar e divulgar resultados e métodos para a difusão do património cultural europeu e as artes a partir da educação não formal, enquanto ferramenta útil e atrativa para a participação ativa na sociedade e desenvolvimento pessoal e cultural dos jovens) o grupo de raparigas e rapazes desenvolveu o trabalho de investigação, mapeamento e registo audiovisual das Musas eleitas por eles. Assim, com base no que aprenderam na formação técnica, realizaram a recolha de material para editarem em cinco vídeos finais. Cada vídeo corresponde à entrevista de uma Musa, com a exceção do vídeo da Musa de Pitões, o qual se refere a um conjunto de cinco entrevistas a cinco mulheres de Pitões.
Cada vídeo-entrevista retrata a vida profissional e artista de cada mulher e mostra os preconceitos e estereótipos que cada uma já teve que enfrentar, enquanto mulheres e artistas.
Para satisfazer um dos objetivos do projeto (criar e divulgar resultados e métodos para a difusão do património cultural europeu e as artes a partir da educação não formal, enquanto ferramenta útil e atrativa para a participação ativa na sociedade e desenvolvimento pessoal e cultural dos jovens) o grupo de raparigas e rapazes desenvolveu o trabalho de investigação, mapeamento e registo audiovisual das Musas eleitas por eles. Assim, com base no que aprenderam na formação técnica, realizaram a recolha de material para editarem em cinco vídeos finais. Cada vídeo corresponde à entrevista de uma Musa, com a exceção do vídeo da Musa de Pitões, o qual se refere a um conjunto de cinco entrevistas a cinco mulheres de Pitões.
Cada vídeo-entrevista retrata a vida profissional e artista de cada mulher e mostra os preconceitos e estereótipos que cada uma já teve que enfrentar, enquanto mulheres e artistas.